segunda-feira, 6 de maio de 2013

A incrível história do extraordinário pastor Sam Childers da Assembléia de Deus

Pastor Sam Childers : A  incrível história do extraordinário pastor Sam Childers da Assembléia de Deus  , em luta armada , para resgatar crianças escravas no Sudão  virou filme .

               “ Salmo 30.1 Exaltar-te-ei ó Senhor , porque tu me exaltaste ; e não fizeste com que meus inimigos se alegrassem sobre mim.
2 Senhor , meu Deus , clamei a ti , e tu me saraste .
3 Senhor , fizeste subir a minha alma da sepultura ; conservaste-me a vida para que não descesse ao abismo . “  Sam Childers numa sessão de autógrafos em Beverly Hills, Califórnia a 5 de maio de 2009.
                 A  incrível história do Pastor da Assembléia de Deus  Sam Childers durante anos vem sendo contada  pela mídia americana e impressiona pela sua determinação, coragem e “ loucura” por seus métodos no de resgate de crianças sequestradas ou orfãos da violência da guerra civil no Sudão, dividida em Norte e Sul desde 2005, com um frágil tratado de paz em 2010 que agora foi quebrado e recomeça a guerra entre o Norte e Sul.
               O Sudão foi colonizado pelos ingleses e como uma área apenas de exploração de minérios pouco ou nenhum desenvolvimento foi concedido ao país, daí o resultado de tantas guerras civis, milícias, misérias, exploração, escravização de crianças, estupros, assassinatos e violências sem fim que já dizimaram em poucas décadas milhões de pessoas, principalmente crianças.
               Há duas ideologias religiosas que se matam em conflitos sem fim que acabaram dividindo o país em 2005, e um acordo frágil para encerrar a guerras civil entre o Norte e o Sul em 2010, que ora foi quebrado novamente. Recomeçou a guerra civil.
               As facções religiosas escodem o verdadeiro intuito nas disputa pelo poder e pelas terras que é o petróleo. Cias. de petróleo fazem exploração do petróleo a razão de 350 mil barris diários. Este é o dinheiro que fomenta os armamentos das várias facções e milícias que atacam as vilas, matam os cidadãos e sequestram crianças que são vendidas como escravas, mortas ou estupradas e vítimas de sevícias incontáveis.
               O Pastor Sam Childers é um dos poucos , arriscando a própria vida , que estão fazendo a diferença no Sudão do Sul e parte do Norte. Com métodos impressionantes e cinematográfico ; também com armamentos tem feito resgates de crianças sequestradas e mantém um orfanato na região. Seus métodos tem sido alvo constante de críticas na mídia e entre religiosos, contudo, é inegável que tem feito grande diferença ao ter salvo muito mais de cinco centenas de crianças.
"Salmo 41.1 Bem-aventurado é aquele que atende ao pobre ; o Senhor o livrará no dia do mal .
2 O Senhor o livrará e o conservará em vida ; será abençoado na terra , e tu não o entregarás à vontade de seus inimigos.”
               Em novembro de 2009, Childers apareceu na televisão no programa Outreach Connection de Debra Peppers em Quincy, Illinois. Ele revelou que ele também resgata crianças raptadas no norte de Uganda.
              Devido à sua causa humanitária e a sua imagem de marca de numa mão segurar uma Bíblia e noutra uma fuzil AK 47, era apelidado de "The Machine Gun Preacher".
              Em 2011 foi lançado o filme Machine Gun ( O filme no Brasil adotou o nome de Redenção por sinal excelente filme ) interpretado por Gerard Butler e realizado por Marc Forster, que retrata a violência no Sudão e a vida do Pastor da Assembléia de Deus Sam Childers, sendo nomeado para os Golden Globe Awards em 2012. Que pergunta ao final: se fosse um filho seu, meu método é o que menos importaria.
              O pastor e missionário Sam Childers, conhecido como “pastor metralhadora” por seu trabalho em zonas de guerra em países da África, concedeu uma entrevista à emissora norte-americana CSTV falando sobre sua história de vida e conversão.
            Na entrevista, Sam Childers fala sobre seu envolvimento com as drogas na adolescência, sobre sua relação com seus pais e esposa e sua conversão.
             Childers relatou também que ele é fruto de uma profecia feita sobre a vida de sua mãe, que havia perdido uma filha antes da gestação que o trouxe à luz. Segundo o “pastor metralhadora”, diversos pregadores disseram que ele seria um pregador quando adulto, e nem o seu envolvimento com as drogas fez sua mãe desistir: “Saiba uma coisa sobre minha mãe, ela nunca parou de orar. Ela nunca desistiu do que Deus disse. Ele continuou orando e orando até quando nos meus 30 anos eu parei de fugir de Deus e me voltei para Ele”, contou Sam Childers.
             O pastor afirma que seu apelido “pastor metralhadora”, dado pelos jornais do Sudão, num primeiro momento o fez chorar, mas segundo ele, Deus o orientou a usar o nome para que o trabalho fosse propagado:
             Alguns missionários que quiseram me desacreditar começaram a espalhar por toda a região que eu não era um pregador, que eu não era missionário. Eu pregava o evangelho na área mais perigosa da guerra onde nenhum missionário tinha coragem de ir. Quando eu li o que escreveram sobre mim nos jornais, as criticas ao meu trabalho, dizendo que eu não era pregador mas o ‘pastor metralhadora’ eu sentei e chorei. Naquele momento Deus me disse “Levanta e reivindique esse nome, pois eu te honrarei através dele” – testemunhou o pastor.
 Biografia
               Sam Childers nasceu em Grand Forks em 1962, Dakota do Norte ex motociclista , filho de Paulo Childers, ex marine. Sam tinha dois irmãos mais velhos, Paul Jr. e George. Ele também tinha uma irmã, Donna, que morreu de um problema cardíaco antes de chegar a um ano de idade. Enquanto ele estava crescendo, seus pais se mudavam de lugar para lugar seguindo os projetos de construção.
              Na primavera de 1974, um pouco depois de completar 12 anos, sua família mudou-se para Grand Rapids, Minnesota. Ele estava indo para a sétima série, e os dois anos entre aquela época e quando ele começou a escola foram alguns dos momentos mais influentes de sua vida. Foi nesses anos de formação que Sam descobriu cigarros, maconha, álcool e heroína, bem como o que levou a muitos anos de dependência de drogas, tráfico de drogas e alcoolismo. Sam também desenvolveu um amor por motos e estilo de vida que muitas vezes praticava fora da lei.
             Conheceu uma stripper, de nome Lynn que mais tarde seria sua mulher. Childers e sua esposa Lynn fundaram "Angels of East Africa", um orfanato para as crianças em Nimule, Sudão do Sul, onde atualmente tem mais de 300 crianças sob seus cuidados.
             Após gerir uma empresa de construção de sucesso, Sam dedicou-se a tempo inteiro na reabilitação e proteger crianças.
África
             No verão de 1992, Childers experimentou o que ele descreveu como uma conversão ao Cristianismo em um encontro de avivamento na Assembleia de Deus. O pastor Childers profetizou que ele iria para África. No final de 1998, Childers fez sua primeira viagem ao Sudão, mais concretamente à aldeia de Yei.  Numa das suas missões, Sam deparou-se com um corpo de uma criança mutilado por uma mina terrestre, e nessa altura prometeu lutar custasse o que custasse, olhar pelas crianças desse país. Nessa primeira viagem e as muitas outras que se seguiram, ele foi exposto aos atos da Exército de Resistência do Senhor (LRA),  liderados por Joseph Kony. Sua cabeça ( vivo ou morto ) até hoje ,vale milhares de dólares
Missão do projeto
               Não muito tempo depois de sua primeira viagem ao Sudão, Childers e sua esposa Lynn fundaram o "Angels of East Africa", um orfanato para as crianças do sul do Sudão, onde atualmente abriga e educa mais de 300 órfãos e com mais de mil crianças resgatada desde a sua criação. O pessoal do orfanato das crianças são principalmente os órfãos e as viúvas dos sudaneses. Este é atualmente o maior orfanato do sul do Sudão e é única em sua abordagem de liderança de missões de resgate armados diretamente no território LRA.
               O projeto também fornece alimentos, vestuário e assistência médica à pessoas vítimas da recente violência nas aldeias, servindo mais de 1200 refeições diárias.
Trailer do filme:
Prof de Matemática  Paulo Godinho
Pesquisa internet

Fotógrafo não resiste e suicida-se

 
 
 
 
 
DATA DA FOTO: 1993
FOTÓGRAFO: Kevin Carter
LOCAL: Sudão.
 
Em 1993, o fotógrafo sul-africano Kevin Carter retratou a figura esquelética de um bebê, totalmente desnutrido, recostando-se sobre a terra, esgotado pela fome e a ponto de morrer, enquanto num segundo plano, um abutre espreita e espera o momento preciso da morte do bebê. Kevin Carter achou que não devia interferir, e a opinião pública mundial que deu o bebê como morto, o criticou duramente. Carter acabou vencendo o prêmio Pulitzer com esta imagem que o perseguiu e o levou ao suicídio aos 33 anos.

sexta-feira, 15 de março de 2013

“Teoria dos Campos Mórficos”



   
 Comunicação entre espécies – Sheila Waligora
Provas científicas para a comunicação telepática entre seres humanos e animais
25 de julho de 2009 às 14:17
“Na unidade tudo tem um propósito.
Não há enganos, desvios nem erros.
Há apenas as coisas que os humanos não compreendem.”
(Regal Black Swan)
A comunicação entre espécies pode ser comprovada cientificamente?
Sim, há diversos trabalhos nessa área, mas quero citar aqui o biólogo inglês Rupert Sheldrake que, de forma simples e brilhante, trouxe comprovação científica para esse trabalho.
Sheldrake é mais conhecido por ter criado a “Teoria dos Campos Mórficos”, que descreverei a seguir de forma resumida.
Caso você tenha interesse pelo assunto e queira aprofundar-se nele, há muito para explorar em seus livros, todos em linguagem simples e acessível ao leitor leigo.
Os campos mórficos são campos de energia que envolvem os seres com relação afetiva entre si. Dentro desses campos de energia pode circular todo tipo de informação, e essa circulação é independente de tempo e de espaço.
Como as relações de afeto podem formar-se entre todos os tipos de seres, por exemplo, entre seres humanos e animais ou entre seres humanos e plantas, isso resulta na possibilidade de comunicação entre espécies, que acontece dentro dos campos mórficos.
Até há pouco tempo isso era considerado ficção, e é surpreendente observar com que rapidez nosso mundo está mudando. Não apenas Sheldrake lida com esse tema, mas também cientistas de diversas áreas, como os físicos modernos que formularam a teoria da complexidade e a física quântica. Eles falam sobre a dinâmica não linear e nos trazem uma nova visão da realidade, que vem substituir, em diversas disciplinas, a visão de mundo mecanicista e cartesiana.
Não é meu objetivo entrar na área científica em profundidade, mas sim mostrar que a comunicação entre espécies é comprovada até do ponto de vista científico, já que este é um dos principais questionamentos que muitos acadêmicos e pessoas com raciocínio linear apresentam, invariavelmente.
Rupert Sheldrake, em seu último livro A sensação de estar sendo observado – E outros aspectos da mente expandida, escreve sobre o ceticismo: “A palavra ceticismo vem do grego sceptic, que significa indagação ou dúvida, e não negação ou dogmatismo”.
Ele diz que é mais científico explorar fenômenos que não compreendemos do que fingir que não existem. Também diz que é menos amedrontador reconhecer que a telepatia faz parte da nossa natureza biológica e é compartilhada com muitas outras espécies animais do que tratar o assunto como estranho ou sobrenatural.
Isso porque ele pensa que o ataque de muitas pessoas àqueles que fazem experiências com a telepatia é baseado, entre outras coisas, num medo arcaico da bruxaria.
Os fenômenos tidos como sobrenaturais, tais como a telepatia, na verdade violam tabus muito poderosos. Um desses é a crença de que a mente nada mais é do que uma atividade do cérebro. Essa crença é quase inquestionável para muitas pessoas e, com tal informação rígida dentro de nós, fica bem mais difícil abrir-nos para a comunicação telepática.
O que Sheldrake sugere não é que o cérebro seja irrelevante para o nosso entendimento da mente. As mentes habitam nossos corpos e os cérebros especificamente. O que ele sugere é que a mente não está confinada ao cérebro, mas que atua além deste. Essa extensão ocorre por meio dos campos mentais, os quais existem tanto dentro quanto fora do cérebro.
A ideia de campos em volta do corpo é familiar para nós. Por exemplo, o campo gravitacional da Terra estende-se muito além da superfície da Terra, permitindo que os satélites e a Lua façam sua órbita em torno da Terra.
Os campos magnéticos, assim como o campo elétrico e o gravitacional, são invisíveis, mas são capazes de ter efeitos a distância, como a comunicação a distância ou comunicação telepática.
Da mesma forma, Sheldrake afirma que nossos campos mentais não estão confinados dentro de nossas caixas cranianas, mas estendem-se além delas. Sugere que nossa atividade mental depende de campos invisíveis que também podem produzir efeitos a distância!
Talvez vocês já tenham ouvido falar do “princípio do centésimo macaco”, descrito por Lyall Watson no livro intitulado Lifetide: the biology of consciousness” (pode ser traduzido com “Onda da vida: a biologia da consciência”). Watson descobriu que, quando um grupo de macacos aprendeu certo comportamento numa ilha do Japão, ao mesmo tempo, em outras ilhas sem comunicação possível com essa primeira, outros grupos de macacos começaram a ter o mesmo tipo de comportamento!
Esse caso vai ao encontro do que expliquei em relação aos campos mórficos: qualquer sistema mórfico, neste caso o dos macacos, pode entrar em sintonia com sistemas similares, neste caso o dos macacos que estão na outra ilha. Por meio desse processo, cada macaco contribui para uma memória coletiva da espécie.
“O reconhecimento de que nossas mentes vão além dos cérebros nos liberta. Não estamos mais presos aos limites das nossas caixas cranianas, com mentes separadas e isoladas umas das outras. Não estamos mais alienados de nossos corpos, do nosso ambiente e das outras espécies. Estamos todos interconectados com tudo o que existe.”
(Rupert Sheldrake)
Por meio dos campos de percepção, nossas mentes alcançam os objetos que estamos olhando. Assim sendo, deveríamos ser capazes de influenciar as coisas simplesmente olhando para elas.
Será que é possível? O melhor ponto de partida para essa conversa é pensar sobre os efeitos de olhar para outras pessoas, como Sheldrake mostra em seu último livro. Ele demonstra que podemos saber quando alguém está nos olhando mesmo que estejamos de costas para a pessoa que nos olha!
A telepatia, assim como a sensação de estar sendo observado, só é algo paranormal se aceitarmos como normal a teoria de que a mente está confinada dentro do cérebro. Mas, se aceitamos que nossas mentes podem alcançar além do cérebro e podem conectar-se com outras mentes, então, fenômenos como a telepatia e a sensação de estar sendo observado são normais. Não é mais algo esquisito, à margem da psicologia humana, mas uma parte de nossa natureza biológica.

Telepatia: Papo cabeça

 Fonte : Revista Superinteressante

maio
2005
Telepatia: Papo cabeça
A ciência não está convencida de que as pessoas sejam capazes de transmitir seus pensamentos ou de se comunicar a distância e extra-sensorialmente. Mas histórias intrigantes é que não faltam
por Marlene Jaggi
Quantas vezes você pensou em alguém e, no momento seguinte, atendeu um telefonema dessa pessoa? Ou recebeu a visita de um familiar querido e distante, depois de desejar notícias dele? Com a mineira Iraci de Jesus, fenômenos desse tipo não são novidade. Há algum tempo, ela atendeu a porta e deu de cara com o irmão que, numa passagem relâmpago por São Paulo, resolveu deixar-lhe um cheque. Algumas horas antes, preocupada em fazer um pagamento, Iraci tinha pensado nele como única alternativa para conseguir o dinheiro. Desejara demais dizer isso a ele, mas não se sentira à vontade para fazer o pedido. A terapeuta corporal Sandra Fainbaum também tem uma coleção de casos semelhantes. Um deles: anos atrás, não resistiu à sensação de estar sendo chamada pelo marido. Preocupada, saiu de casa e começou a andar pela calçada, atenta aos carros que passavam. Já estava na terceira quadra quando avistou o carro dele, parando no meio da rua. Sandra percebeu que o marido desmaiara sobre o volante e conseguiu socorrê-lo rapidamente.
Relatos desse tipo são impressionantes, mas não provam nada. Não há como descartar a possibilidade de que tudo não passe de coincidência. Afinal, para cada história arrepiante como essas, quantas não devem haver de pessoas que tiveram um pressentimento e aquilo não deu em nada? O único jeito de comprovar a existência da telepatia seria ter resultados estatisticamente significantes de que esses fenômenos acontecem com mais freqüência do que seria normal um fato qualquer acontecer. E esses resultados ainda não existem – pelo menos não com a clareza suficiente para afastar dúvidas.
Telepatia é o termo usado para se referir à aquisição de informações por outros meios que não os sentidos físicos conhecidos. A resistência em procurar entender tais acontecimentos ou acreditar neles é grande, mas fácil de ser compreendida. “Entrar em contato com os pensamentos, sentimentos e idéias de outras pessoas de maneira aparentemente direta, mente–mente, sem necessidade que tais informações passem pelos sentidos, é considerado algo fora do normal, por se tratar de um tipo de interação diferente da forma prevista pela ciência”, diz Wellington Zangari, coordenador do Inter Psi (Grupo de Estudos de Semiótica, Interconectividade e Consciência), da PUC de São Paulo.
E, como tudo o que é fora do normal caminha lado a lado com o ceticismo, parece não ter mesmo jeito: “Se você acredita, poderá ser associado ao charlatanismo, misticismo, ou ser visto como alguém facilmente influenciável. Se não, será suspeito de cientificismo ateu, de não possuir nenhuma abertura, nenhuma curiosidade científica”, diz Jean Claude Obry, pesquisador e filósofo francês que mora no Brasil há cerca de 20 anos. Ele é presidente da beOne Internacional Associação (BIA), que promove a qualidade de vida por meio da experimentação das sensações (os cinco sentidos). Segundo Obry, se os assuntos considerados fora da normalidade pudessem se encaixar na realidade cotidiana, eles não pareceriam tão assustadores. “Para permitir que o fora do normal se transfira para dentro dessa realidade, é preciso aceitar e mudar conceitos, regras e crenças que gerenciam o dia-a-dia. Se não fizermos essa mudança, nada será feito além de um debate agradável, mas estéril”, diz Obry.
Pode-se entender por telepatia várias formas de comunicação, da linguagem não-verbal, não-simbólica, não-escrita e não-fonética dos animais à realizada com o telefone celular. Ou alguém duvida que essa comunicação a distância, sem fio, não seria considerada algo fora do normal pelos nossos ancestrais? “Os jovens de hoje não estranham a tecnologia com a qual convivem desde pequenos, mas continuam fascinados pelos mistérios de histórias fora do normal de um Harry Potter, porque, para ele telefonar para alguém com segurança, nem precisa de um celular, basta a sua operadora celeste”, lembra Obry.



Ondas mentais
De acordo com Zangari, do Inter Psi, apesar de não haver consenso sobre a melhor teoria para explicar a telepatia, a parapsicologia vem apresentado interpretações interessantes. “Nas primeiras décadas de estudo, procurou-se compreender a telepatia como um fenômeno eletromagnético, que funcionaria da mesma forma que os aparelhos de rádio e televisão. Supunha-se que, entre o receptor e o emissor, haveria ‘ondas mentais’, que transportariam informações do conteúdo cerebral entre eles. No entanto, as teorias baseadas nesse modelo caíram por terra porque, aparentemente, a telepatia não é limitada pela distância nem pelas barreiras físicas, como o são as ondas eletromagnéticas conhecidas.” Conforme Zangari, outras teorias vieram à tona mais tarde, visando reconhecer mais o “porquê” do que “como” ocorre o fenômeno.
As pesquisas sobre a possibilidade da existência da telepatia se tornaram sistemáticas a partir da década de 30, com a criação do Instituto de Parapsicologia na Universidde Duke, nos Estados Unidos, dirigido pelo Joseph Banks Rhine. “Rhine e sua equipe realizaram provas experimentais para verificar se, de fato, a telepatia, entre outros fenômenos anômalos, ocorria”, conta Zangari. Com um baralho especialmente criado para essa finalidade – o Baralho ESP (de extrasensory perception) ou Baralho Zener (assim chamado por causa de Carl Zener, especialista em percepção humana que o projetou), constituído de 25 cartas, igualmente divididas em círculos, cruzes, ondas, quadrados e estrelas –, ele avaliou estatisticamente a ocorrência. “Ao longo de quase cinco décadas, Rhine e seus colaboradores obtiveram resultados significativos a favor da hipótese da telepatia”, afirma Zangari.
Depois disso, pesquisadores do mundo inteiro fizeram outros estudos e muitos chegaram a resultados similares, mesmo com técnicas diferentes das usadas no laboratório de parapsicologia da Universidade Duke. Acontece que os céticos descartam essas pesquisas, que eles consideram suspeitas. Um dos modelos atualmente em construção é o desenvolvido pelo psicólogo americano Rex Stanford, o Modelo de Resposta Instrumental Mediada por Psi, conhecido pela sigla em inglês, PMIR. Propõe, em linhas gerais, que o ser humano utiliza não apenas os sentidos conhecidos (tato, visão…) para estabelecer contato com o meio, mas também processos não-sensoriais, ou extra-sensoriais, para reconhecer tanto os perigos quanto as fontes de satisfação de necessidades básicas. “O modelo de Stanford é importante para a ciência, porque permite a avaliação empírica de seus postulados, além de integrar tanto perspectivas da biologia quanto da psicologia”, diz Zangari.
Até agora, a técnica mais sofisticada criada para estudar cientificamente a hipótese da telepatia se chama Ganzfeld (palavra em alemão que significa “campo completo” ou “campo homogêneo”). O experimento utiliza um emissor e um receptor. O primeiro vê uma imagem ou videoclipe, escolhido aleatoriamente por um computador, e tenta “transmiti-lo” mentalmente a um receptor, que está afastado sensorialmente do emissor. O receptor fica numa sala acústica e eletromagneticamente isolada e tem sobre os olhos uma espécie de óculos, sobre os quais uma luz colorida fornece um campo sensorial homogêneo. Seus ouvidos são bombardeados por um sinal sonoro constante, como o de um rádio fora da estação. Procura-se, assim, criar uma situação em que a pessoa possa reconhecer mais facilmente suas imagens mentais, suas sensações, seus sentimentos, uma vez que está praticamente isolada dos estímulos externos e mais atenta aos estímulos internos.
Segundo Zangari, os resultados mais sólidos obtidos pelas pesquisas Ganzfeld se relacionam à existência de correlações entre algumas variáveis. Resumidamente, os resultados são melhores quando: 1) emissor e receptor são pessoas afetivamente próximas, como amigos, pais e filhos ou marido e mulher; 2) o receptor tem personalidade extrovertida; 3) antes de participar do experimento, o receptor teve um histórico de experiências anômalas espontâneas; 4) o receptor já realiza algum tipo de atividade de “treinamento mental”, como meditação ou relaxamento; 5) o receptor acredita em fenômenos como a percepção extra-sensorial; e 6) o campo geomagnético está menos ativo.
Segundo Zangari, há muito o que esclarecer ainda sobre os experimentos Ganzfeld. “Apesar de reconhecermos algumas variáveis que parecem interferir no fenômeno, não conhecemos todas, o que ainda não nos permite controlar o fenômeno de modo a realizá-lo de acordo com nossa vontade”, diz.
Um tanto quanto cética com relação ao seu desempenho num experimento desse tipo, a professora Fátima Regina Cardoso, que dirige com Zangari o Inter Psi, decidiu participar de uma sessão de Ganzfeld durante um curso promovido pelo Centro de Pesquisa Rhine, em Durham, nos Estados Unidos, em 1993. O resultado, diz ela, foi “muito bom e surpreendente”. Fátima ficou na posição de receptora da mensagem, enquanto um colega brasileiro foi o emissor. Durante o período de mentalização, entre outras imagens, ela visualizou um castelo medieval, em especial as masmorras. Teve sensações desagradáveis, como se estivesse vendo pessoas sofrendo. Ao final do experimento, acertou o alvo transmitido pelo colega. O clipe que serviu como alvo mostrava sombras de pessoas vestidas com roupas medievais, um homem com capa e espada e um chicote na mão, ameaçando outros que trabalhavam com martelos e outras ferramentas, com um fundo em cores bem quentes. Apesar de a imagem do alvo ter sido diferente da mentalizada por Fátima, ela não teve dúvida de que aquele seria o alvo, pois a sensação transmitida pelo clipe era muito próxima daquela sentida durante a mentalização.
As pesquisas Ganzfeld foram iniciadas na década de 1970 e, até o momento, segundo alguns, tiveram êxito em demonstrar, pelo menos, a possibilidade de existência da telepatia. No entanto, como não poderia deixar de ser, crentes e céticos divergem a respeito da consistência desses resultados. “Minha opinião é que mais pesquisas são necessárias para acabar com a polêmica em torno da existência da telepatia, mas os resultados acumulados por meio de estudos experimentais são favoráveis à hipótese de existência de um processo anômalo de interação entre os seres humanos”, diz Zangari.



Troca de energia
Para a escritora Halu Gamashi, a comunicação telepática envolve também os órgãos dos sentidos
A escritora baiana Halu Gamashi, que se dedica à filosofia e à ciência dos ancestrais, acredita que existam muitas formas de comunicação telepática, envolvendo inclusive os órgãos dos sentidos. Para ela, a telepatia se constitui entre duas pessoas extra-sensorialmente sensíveis que aprendem a identificar uma informação por meio de um trejeito facial, um movimento dos olhos, um gesto. “Eu sei o que você está pensando”, dizem-se mutuamente. No entanto, por ser um acontecimento comum, as pessoas nem se dão conta de que houve uma comunicação telepática.
Certa vez, ao dar uma palestra em São Paulo, Halu notou um dos convidados, um suíço que não falava português e estava com uma pessoa que não falava alemão. Ao final da palestra, Halu propôs um momento para perguntas e respostas, e esse suíço e sua acompanhante não encontravam no dicionário a tradução para formular a pergunta. “A angústia dele em me perguntar mobilizou a minha sensibilidade. Senti uma espécie de dilatação na minha mente e vi-me dizendo para a moça: peça a ele que olhe para os meus olhos e faça a pergunta mentalmente, eu vou responder da mesma forma. Vi-me tocando as suas mãos. Nos olhamos profundamente e conversamos por meio da mão e da mente, por aproximadamente cinco minutos”, conta Halu. “No dia seguinte, voltamos a nos encontrar e, dessa vez, ele estava com uma pessoa que falava português e alemão. Rimos muito. Para ele, foi uma experiência nova. Nos emocionamos bastante.”


 Fonte : Revista Superinteressante




NUMA/UFPA :belenenses continuam consumindo águas minerais com altos níveis de acidez.


  
por Walter Pinto / Janeiro e Fevereiro 2013
foto Laís Teixeira

Pesquisa realizada pela engenheira agrônoma Érika Ferreira Rodrigues, para obtenção do título de especialista em Gestão Ambiental pelo Núcleo de Meio Ambiente da Universidade Federal do Pará (NUMA/UFPA), constatou que os belenenses continuam consumindo águas minerais com altos níveis de acidez. O resultado das análises físico-químicas realizadas em amostras de sete diferentes marcas comercializadas na Região Metropolitana de Belém indicou que todas estão impróprias para consumo e não podem ser classificadas como águas minerais. O estudo, apresentado na forma de monografia, foi concluído em junho do ano passado.
A Portaria nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011, do Ministério da Saúde, que dispõe sobre o padrão de potabilidade das águas, recomenda que o pH (potencial hidrogeniônico) da água própria para consumo seja mantido na faixa de 6,0 a 9,5.  Nenhuma das marcas analisadas no Laboratório de Recursos Hídricos do Instituto de Geociências da UFPA está dentro deste padrão. Elas variam o pH entre 3 a 4,5, o que caracteriza águas ácidas, portanto, impróprias para consumo. A análise apresentou os seguintes resultados: Belágua, 3; Top Line, 3,75; Mar Doce, 3,80; Nossa Água, 3,89; Terra Alta, 4,14; Indaiá, 4,52. Como as empresas não permitiram a coleta de águas em suas fontes, a pesquisadora realizou exames em águas à venda nos supermercados, ou seja, examinou amostras de águas comercializadas.
“Uma água precisa ter um pH acima de 6,5 para ser potável. Abaixo disso, não é água potável, podendo, inclusive, causar problemas de saúde”, adverte o professor Milton Matta, orientador do trabalho. Ele explica que as águas comercializadas em Belém são ácidas. “Essa água, sendo consumida durante dez, vinte anos, pode causar problemas gástricos, como gastrites, úlceras e câncer de estômago, doença cuja incidência coloca o Pará em segundo, entre os Estados da Federação.”
O outro aspecto apontado por Matta é que as águas analisadas não podem ser classificadas como minerais. Água mineral é aquela que, além de ter as mesmas propriedades de qualquer água de poço, de qualquer água subterrânea que se conhece, precisa ter um parâmetro em que sobressaia. “Por exemplo, uma água mineral cálcica é a que apresenta incidência de cálcio acima do valor médio das demais águas da região. Assim, temos água mineral potássica, água mineral férrica e assim por diante”. Matta conclui, então, que as águas envasadas e comercializadas em Belém não passam de águas comuns, não podendo, sequer, ser classificadas como águas potáveis de mesa.

Produtos envasados em Belém não cumprem exigências

Em 2005, a imprensa paraense deu grande divulgação ao resultado do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do estudante de Geologia Desaix Paulo Balieiro Silva, que se propôs a comparar amostras de águas coletadas nas fontes de quatro marcas – Belágua, Nossa Água, Mar Doce e Indaiá – e compará-las com amostras das mesmas marcas coletadas em garrafões comercializados em supermercado. Desaix objetivava verificar a possibilidade de os processos físico-químicos modificarem as águas depois da retirada da fonte, envasamento e comercialização. O resultado, porém, foi surpreendente: nenhuma das marcas poderia ser classificada como “água mineral”, mas como “água potável de mesa”. O artigo 3º do Código de Águas Minerais, do Departamento Nacional de Produção Mineral, define água potável de mesa como “de composição normal, proveniente de fonte natural ou de fonte artificialmente captada, que preencha somente as condições de potabilidade para a região”. Ou seja, não precisa ter um parâmetro em que sobressaia, basta ser própria para consumo.
A repercussão na imprensa provocou manifestação do Ministério Público do Estado (MPE), que emitiu notificação dando prazo de 120 dias para que as empresas efetuassem mudança nos rótulos, com a retirada da classificação “água mineral” e substituição por “água potável de mesa”. Em outra ação, o MPE determinou a coleta nas fontes das quatro marcas pesquisadas por Desaix e realização de análise físico-química no Instituto Evandro Chagas. Embora o prazo tenha se encerrado, as empresas não realizaram a substituição dos rótulos, nem se conhece ainda o resultado do exame.
Para agravar ainda mais o quadro, a pesquisa de Érika Ferreira Rodrigues comprovou o alto nível de acidez das sete marcas d’águas envasadas em Belém, acrescentando três outras às quatro estudadas por Desaix (Top Line, Grenagua e Terra Alta). O resultado das análises mostrou que as “águas minerais” envasadas e consumidas em Belém não cumprem, sequer, as exigências mínimas para serem classificadas como “águas potáveis de mesa”.

Observações rumam para o desenvolvimento sustentável

Além de atestar os níveis de acidez, a pesquisa de Érika Ferreira Rodrigues elaborou um quadro de propostas para o desenvolvimento sustentável das empresas que produzem e comercializam águas minerais em Belém, seguindo o tripé ambiental, social e econômico. O quadro foi traçado a partir da observação em cinco das empresas, considerando que a pesquisadora não foi autorizada a visitar as que produzem as marcas Grenagua e Indaiá.
De maneira geral, ela aponta a necessidade de adequação às determinações da legislação e das instruções normativas. Seguindo as recomendações da ISO 14001, que trata do sistema de gestão ambiental, a pesquisadora constatou que as empresas visitadas fazem uso de soda cáustica no processo de lavagem dos garrafões, o que é recomendado, assim como o uso de água a 50° C. No entanto observa a ausência de monitoramento dos impactos causados pelo processo de limpeza, haja vista a água voltar para o lençol freático. Como solução, aponta para a necessidade de construção de tanques de lavagem. Outra recomendação é adequação do sistema de ozônio ao processo de limpeza microbiológica dos garrafões, que também gera impacto na sustentabilidade do entorno. Observou também a inexistência de coleta seletiva e de reciclagem dos resíduos industriais.
Na parte social, a pesquisadora constatou a falta de creches e escolas para filhos de funcionários em quase todas as empresas, assim como de salas de descanso e ambulatórios para uso dos funcionários. Na parte econômica, observou que, apesar do uso de uniformes completos, os funcionários necessitam de promoção de cursos de capacitação para o trabalho de manipulação de alimentos, assim como para os que trabalham no entorno das empresas e fontes. Outra necessidade diz respeito à contratação de pessoal mais qualificado para o controle do processo. Em relação aos garrafões, Érika Ferreira observou que todas as empresas produzem vasilhames, mas não estão organizadas para exercício do monitoramento sobre eles depois que saem da indústria. Assim, o retorno não é garantido.

Fonte : Beira do Rio

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Isaac Newton:fé e física


Isaac Newton:fé e física
Isaac Newton, quem diria, era um religioso fanático, obcecado por experiências místicas. E esse lado oculto foi essencial para ele se tornar o pai da ciência moderna.
por Leandro Narloch
O homem que descobriu a gravidade e as leis do movimento, criou a ótica e reinventou a matemática também legou à humanidade receitas para transformar metais em ouro, remédios feitos com centopéias e uma lista de pecados que costumava anotar em seus cadernos. Passou a vida estudando a Bíblia para prever quando Jesus voltaria à Terra.
Contraditório? Não para a época. Quando Isaac Newton nasceu, na Inglaterra de 1642, matemática, religião, ciência e magia se confundiam. Astronomia e astrologia eram a mesma coisa. Alquimia e química também. “O século 17 foi uma transição entre a Idade Média e o Iluminismo”, afirma o físico Eduardo de Campos Valadares, professor da UFMG e autor do livro Newton - A Órbita da Terra em um Copo d·Água. “Os homens que criaram o nosso jeito de pensar viveram com idéias medievais, barrocas, e tementes a Deus.”
No caso de Newton, o misticismo e a religião não só conviveram com a ciência como a fortaleceram. “Seu mergulho profundo nas experiências alquímicas e nas raízes da teologia pode ter influenciado seus pensamentos a respeito de uma visão mais ampla do Universo”, afirma Michael White, autor da biografia Isaac Newton – O Último Feiticeiro.
Até o século 20, Newton era conhecido como um cara racional. Após sua morte, escritores trataram de ressaltar seus feitos e sua obra-prima, o Philosophiae Na-turalis Principia Mathematica (“Princípios Matemáticos da Filosofia Natural”). Nesse livro, ele mostrou, matematicamente, que um corpo parado ou em movimento tende a ficar assim se não houver outra força na jogada. Com a Lei da Gravitação Universal, Newton provou que todos os corpos do Universo, seja a Lua ou uma maçã, obedecem à mesma força de atração. Mas o outro lado de Newton passou batido. Só veio à tona em 1936, com o economista John Maynard Keynes, o criador da Teoria do Estado de Bem-Estar Social. Depois de ter acesso a documentos e anotações do físico, Keynes deu uma palestra mostrando-o como um místico e fanático. “Newton não foi o primeiro da Idade da Razão. Foi o último dos mágicos”, disse Keynes.
Newton morreu afirmando que o movimento e as órbitas dos planetas eram definidos por Deus, assim como a composição da matéria. “Se os homens, animais etc. tivessem sido criados por ajuntamentos fortuitos de átomos, haveria neles muitas partes inúteis, aqui uma protuberância de carne, ali um membro a mais. Alguns animais poderiam ter um olho só, outros, mais dois”, escreveu.
Científico e religioso, ele fez da matemática um modo de estudar a Bíblia. Fazia cálculos imensos para confirmar as histórias bíblicas mais inverossímeis. Um exemplo é a criação do mundo em 7 dias. Newton acreditava na criação por Deus e, para resolver o problema de um tempo tão curto, observou que a Bíblia não afirma quantas horas durava um dia no momento da Criação. Como ainda não existia Terra nem movimento de rotação, um dia poderia ser quanto Deus decidisse. Para fazer previsões sobre o futuro do mundo, Newton não se baseou nos dias contados pela Bíblia. Ele tomou como base o gafanhoto, uma das pragas de Deus no Antigo Testamento, que vive em média 5 meses. A partir desse número, ele cravou que os judeus voltariam a Jerusalém em 1899, e em 1948 ocorreria a segunda vinda de Cristo à Terra. Depois, se passariam 1000 anos de paz.
Previsões eram importantes porque a vida, na época, não era nada fácil. Nos anos 1600, 90% da população inglesa vivia no que se chama hoje de pobreza absoluta. Em 1665, 100 mil ingleses morreram de peste negra. Em 1666, “ano da Besta”, a peste continuou e, para piorar, um incêndio queimou 13 mil casas e 87 igrejas de Londres. Procissões anunciando o fim do mundo eram comuns nas estradas da Inglaterra.
No best seller O Código Da Vinci, Newton aparece como um dos membros do Priorado de Sião, a organização secreta que protegeria dos católicos o segredo de Maria Madalena como mulher e sucessora de Jesus. Nada se sabe sobre o priorado ou a crença de Newton em Maria Madalena, mas o resto de suas idéias passa perto do livro de Dan Brown. Puritano radical, Newton seguia o arianismo, doutrina que considerava Jesus Cristo um intermediário entre Deus e os homens. Essa visão é contrária à da Igreja Católica, que tem como símbolo máximo de Deus a Santíssima Trindade (“Pai, Filho e Espírito Santo”).
A Igreja Católica era tudo o que Newton mais odiava. Chamava-a de Anticristo – ou de a “meretriz da Babilônia” – e acreditava que todas as mentiras do mundo tinham começado no Concílio de Nicéia, em 325. O concílio estabeleceu toda a simbologia cristã que se usa até hoje. Ali foi decidida a força da Santíssima Trindade e a ambivalência entre Jesus e Deus. Newton achava que isso era fruto da corrupção dos políticos romanos, preocupados em conquistar mais fiéis.
Para o biógrafo White, a fascinação de Newton por uma figura bíblica, o rei Salomão, influenciou na criação da gravitação universal. Salomão teve seu templo construído por volta de 1000 a.C., em Jerusalém. Seguindo o Livro de Ezequiel, Newton imaginou o templo com um fogo central, onde aconteciam sacrifícios, e os discípulos de Jesus colocados em círculo ao redor. “É visível o paralelo entre o sistema solar e o templo: os planetas correspondem aos discípulos, e o fogo do templo é o modelo do Sol”, afirma White.
Metal em ouro
Newton foi uma criança solitária. Aos 3 anos, a mãe o deixou com parentes e foi se casar com um coroa rico. O filho passou a infância lendo livros de teologia, que discutiam detalhes complicados da Bíblia. Aos 13, leu Os Mistérios da Natureza e da Arte, de John Dare, livro que copiou quase inteiro e usou como fonte de inspiração. O maior passatempo era brincar no laboratório de um boticário que o hospedou por um tempo. Foi ali que ele teve o primeiro contato com a química. Passava os sábados sozinho no fundo da botica, inventando remédios e anotando doenças – montou um caderno com 200 delas. Na escola, era relaxado e autodidata. Só começou a estudar matemática aos 19 anos, quando entrou no Trinity Colegge, em Cambridge. Depois das aulas, anotava os pecados que havia cometido: “desejar a morte ou esperar que ela ocorra a alguém” ou “roubar cerejas”.
Quando adulto, Newton virou um chato. Passava a maior parte dos seus dias sozinho com suas pesquisas. Como aluno e depois professor em Cambridge, tinha poucas conversas. Se ofendia facilmente, era vingativo e preferia não publicar seus trabalhos. Quando publicava algum, escrevia somente em latim e proibia que os textos fossem traduzidos para o inglês. Não queria que qualquer alfabetizado tivesse acesso a suas obras e pudesse criticá-lo. Newton nem mesmo tinha alunos. “Tão poucos iam ouvi-lo, menos ainda o entendiam, que com freqüência ele, por falta de ouvintes, lia para as paredes”, escreveu em diário seu assistente na universidade.
Newton gostava de trabalhar sozinho porque tinha medo que descobrissem sua arte secreta: a alquimia. No século 17, os experimentos alquímicos atingiram o auge. Por toda a Europa, vendedores de manuscritos ilegais distribuíam teorias sobre a pedra filosofal e guias para obter o elixir da longa vida. Newton era fascinado por esses objetivos e pela idéia de conseguir achar uma explicação única para todos os fenômenos da natureza. “Ele encarava o aprendizado como uma forma de obsessão, uma busca a serviço de Deus”, afirma James Gleick, autor de Isaac Newton. “Os alquimistas trabalhavam como uma sociedade secreta, com medo da perseguição da Igreja”, diz Valadares. Eles usavam pseudônimos e se comunicavam por códigos. O criador da gravitação universal se chamava Jeová Sanctus Unus, um anagrama de Isaacus Neuutonus, seu nome em latim.
Em 1970, uma análise química mostrou uma concentração enorme de chumbo e mercúrio nos cabelos de Newton. Era o que se esperava. Por quase 30 anos, entre 1666 e 1696, época em que produziu a maioria de sua obra científica, Newton gastou muito mais tempo tentando criar o mercúrio filosofal que estudando as leis do Universo. Passava noites em claro cercado de fornalhas, misturando metais em um cadinho. Anotava metodicamente verbetes e experiências. Em 1670, os rascunhos viraram o livro A Chave, formado por receitas e verbetes alquímicos. Também fazia experimentos esquisitos, como ficar olhando para o Sol o máximo que conseguisse só para ver o que aconteceria e enfiar furadores nos olhos para tentar descobrir o que havia atrás.
Esse alquimista começou a aparecer na cena acadêmica da Inglaterra com a criação de um telescópio de reflexão, em 1669. Tratava-se de um modelo pequeno, quase do tamanho de uma luneta, capaz de mostrar Júpiter e suas luas. O aparelho virou febre nas reuniões da Royal Society, o clubinho de cientistas da época, e foi apresentado ao rei Carlos 20. Depois, Newton cedeu à insistência de um amigo e decidiu encaminhar à sociedade um texto sobre a Teoria das Cores. Com o artigo, o mundo ficou sabendo que a cor branca era a soma de todas as outras – e o prisma era capaz de separá-las. O pessoal da sociedade ficou impressionado, e Newton, aos 29 anos, acabou virando membro da Royal Society, do qual seria presidente.
Ele queria provas
Apesar do reconhecimento, Newton seguiu isolado em Cambridge fazendo experiências místicas. Mas passou a ter contato com os filósofos naturais por cartas ou por meio da correspondência oficial da Royal Society. Esse periódico era um protótipo das revistas científicas de hoje, incluindo de pesquisas óticas a relatos sobre hermafroditas, unicórnios e lobisomens.
O contato com os cientistas trouxe dor de cabeça. Newton passou a travar polêmicas brabas com quem discordava de suas idéias. O primeiro inimigo foi Robert Hooke. Apesar do sucesso de ter descoberto a célula, Hooke era um picareta do século 17: anotava em um diário detalhes de noites com várias mulheres, afirmava ter inventado 30 formas de voar (mas não divulgava, para que ninguém as copiasse) e adorava colocar Newton em contradição. Mas a pendenga mais longa Newton travou com o matemático alemão Leibniz, disputando o mérito pela invenção do cálculo, método que permite calcular áreas, volumes e a taxa de mudança em qualquer ponto da função, hoje fundamental para descobrir desde a posição de uma nave espacial até ganhos de uma aplicação financeira. A polêmica sobre quem criou o cálculo permanece.
Mas a amizade e as brigas com os colegas ajudaram Newton a criar suas maiores teorias. Em 1684, ele recebeu a visita de Edmund Halley, um astrônomo curioso a respeito de suas idéias sobre as forças entre o Sol e os planetas. Quatro anos antes, um cometa havia passado duas vezes pelo céu da Europa, fazendo a astronomia entrar na moda. Na época, a idéia da gravitação universal era comentada, mas ninguém conseguia prová-la. Halley fez o professor de Cambridge tentar. Na mesma época, Newton passou a trocar cartas enfurecidas com Hooke sobre o que aconteceria com um objeto solto no alto da Terra. Hooke mostrou várias vezes à Royal Society que Newton havia feito previsões erradas sobre a trajetória do objeto. Isso irritou o alquimista.
Meses depois, impulsionado pelo objetivo de se vingar de Hooke, Newton chegou à Lei da Gravitação Universal. “A correção de Hooke fez com que eu descobrisse o teorema”, confessou anos depois. Com o apoio de Halley, que acabou virando nome do cometa, Newton publicou os Principia em 1687. A gravitação universal foi descrita na última parte do livro. Segundo essa lei, a força entre os planetas depende da massa dos astros e é inversamente proporcional ao quadrado da distância que os separam do Sol. E isso vale para todas as coisas. “Essa teoria faria Newton mostrar que as forças que regem o Universo podem ser demonstradas em menor escala aqui na Terra”, diz Valadares. As 3 primeiras partes dos Principia tratam da inércia do movimento dos corpos. Esses princípios fundaram a dinâmica, ciência que usamos hoje em dia até para calcular se dá tempo de atravessar a rua. Idéias assim, na verdade, já tinham sido pensadas por outros filósofos naturais da época. A diferença é que Newton conseguiu prová-las com base em dados reais das órbitas dos planetas e cometas.
O que havia de revolucionário em Newton não era tanto o que ele pensava, mas como pensava. “A ciência do século 17 não é de resultados palpáveis”, afirma o físico Eduardo Valadares. “O que Newton fez foi estruturar uma maneira diferente de ver o mundo.” No século 17, teses não provadas eram tidas como certas – como a idéia de que o Universo era composto de um éter gosmento que envolvia os planetas – e ninguém achava que fosse necessária alguma comprovação. Newton, diferente da maioria dos colegas, não se dava por satisfeito com uma boa idéia. Foi ele quem fez da ciência um sistema de lançar hipóteses que precisam ser verificadas na prática e matematicamente. É assim, usando o método newtoniano, que nós pesquisamos e pensamos hoje. Não à toa, Newton teve como um dos seus melhores amigos o filósofo John Locke, pai do empirismo, segundo o qual a base do conhecimento não era a imaginação, mas a experiência.
Depois de ter publicado os Principia, Newton foi consagrado e virou figura chique da Inglaterra. Apesar de pouca gente entender o que ele dizia (mais ou menos como as idéias de Einstein), ficou rico e famoso. Foi convidado a participar do Parlamento britânico, tornou-se diretor da Casa da Moeda e presidente da Royal Society. Depois da virada para o século 18, suas idéias começaram a ser usadas na construção das máquinas que iniciariam a Revolução Industrial e no método racionalista do Iluminismo. Nos últimos anos de vida, passou a dedicar mais tempo ao estudo da Bíblia. Suas contas sobre as previsões do Apocalipse viraram uma obra póstuma, Observações sobre as Profecias de Daniel. Foi nela que ele cravou o ano de 1948 como data da segunda aparição de Cristo. Em 1727, enquanto os criadores das máquinas a vapor nasciam na Inglaterra, Newton morreu tentando descobrir a data que Deus tinha marcado para o Juízo Final.

A maçã e a gravidade
A história de que Newton descobriu a gravidade quando uma maçã caiu na sua cabeça é antiga. Um dos primeiros a contá-la foi o filósofo Voltaire, que escreveu sobre Newton e o tornou famoso entre os franceses. Voltaire afirmou ter ouvido a história de uma sobrinha do físico. Já o biógrafo William Stukeley disse ter ouvido do próprio. Segundo eles, o fato teria ocorrido em 1665, quando Newton estava na casa da mãe se protegendo da peste das cidades. À noite, no jardim, uma maçã teria caído não em sua cabeça, mas entre ele e a Lua. Ao ver a cena, Newton teria se questionado se a força que puxava a maçã para baixo era a mesma que fazia a Lua girar em torno da Terra. Verdade ou não, o fato é que o físico ainda demoraria duas décadas para fazer essa descoberta.
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